Doces Bárbaros

It´s about nothing!

Wednesday, October 12, 2005

Por que blogar?

A demora em aderir ao universo dos blogs foi, confesso eu, por inicialmente achar tudo isso uma grande besteira. Apesar de gostar de internet e achar uma grande ferramenta de informação e pesquisa, considerava que no mundo dos blogs o que rolava mesmo era um monte de gente egocêntrica, achando o máximo se expor desta maneira gratuita e loucos pela possibilidade de conseguir se tornar uma celebridade virtual e conseguir assim seu quinhão de fama.

Preconceito? Sim, admito. Mas, para uma pessoa como eu, que mesmo sendo extrovertida, comunicativa etc, nunca gostou de se expor, isto significava o ápice da auto promoção, um gesto vazio que nada tinha a ver com meu jeito de encarar as coisas e com minha maneira de me expressar.

Mas então, por que estou aqui afinal? Estou aqui enfim, contudo, todavia, porque apesar de toda essa minha visão crítica do universo blogueiro existe um outro lado muito bacana que não podemos negar. É que vivemos numa época em que temos a oportunidade única que nenhuma outra geração anterior teve de se expressar, de dar sua opinião, de dizer o que pensa e ser ouvido. De gritar para o mundo suas idéias e inquietações e ter eco.

Sim, pois uma diferença básica da nossa sociedade atual em comparação com gerações anteriores, em que apenas os artistas ou outros poucos escolhidos eram capazes de se manifestar, expressar, exprimir suas opiniões e reflexões e atingir um número maior de indivíduos e em última análise influenciar pessoas, se não a pensar como eles mas a simplesmente parar e pensar em determinado assunto, hoje qualquer um com uma máquina na mão, acesso a internet, alguma idéia na cabeça e uma dose razoável de bom senso pode se comunicar com outras pessoas e confrontar suas idéias, trocar experiências e aprender ainda mais.

Continuo achando que neste mundo virtual existe muita egotrip, que a internet (e outros meios de comunicação, jornais, revistas, etc) apenas informa, não forma indivíduos como muitos insistem em dizer, mas que usada de modo que traduza as aspirações e necessidades do nosso tempo e deste homem moderno que tem urgência em dizer "penso, logo existo", o que temos em mãos é revolucionário.

Num mundo onde cada vez mais teremos tempo livre para outras atividades que não o trabalho formal, será cada vez mais comum vermos as pessoas encontrando sua válvula de escape e sua forma de se expressar e criar, seja num blog, numa revista, numa pintura, música ou onde mais a imaginação levar.

Não podia mais ficar de fora dessa e pensando a cada vez que visse uma coisa legal ou que me chamasse a atenção, "poxa, se tivesse um blog podia comentar sobre esse assunto".
Bem, isso é só a ponta do iceberg mas acho que já deu para entender o que quero dizer.

Manifeste-se!

2 Comments:

  • At 10:02 AM, Anonymous Anonymous said…

    Oi Monica,
    Desde que passei a ler o blogs do Alexandre, Cristiano e da Anna, eu pensava em ter um para mim. E um dos motivos que me levaram a não criar foi justamente essa exposição por vc citada. Mas eu acho a idéia fascinante e quem sabe um dia eu entre nesse mundo? Vou te acompanhar mais de perto e ver o que pode pintar, se o desejo de blogar vai falar mais alto ou não...
    Bjs

     
  • At 1:36 AM, Anonymous Anonymous said…

    Moniquinha,
    achei os dois primeiros paragrafos geniais... Dali para frente confesso que me desistimulei um tanto. Tenho visto com olhos cada vez mais críticos (no mal sentido da palavra) a rede como um todo... Acho que a internet imobiliza mais do que produz.
    Falo um pouco em relação a tudo. Claro, e fantástico poder assistir aos filmes antes deles sairem nos cinemas ou na televisão. Em potência, muito poderia ser feito. Mas de fato, pouco se produz. As horas gastas num computador, consomem muito da energia do que dão de retorno. Principalmente no que se refere ao estudo. O processo reflexivo precisa de um tempo e uma relação com as questões que a inter de fato não possibilita. No fim, você fica com a sensação de que viu muito, mas de fato não viu.
    Quando entrei no orkut, confesso que experimentei um certo otimismo. Cheguei a pensar que algo poderia se produzir ali. Vã expectativa. A rede acabou consolidando o superficialismo e dando substrato a ineficácia das pessoas (me inclua nessa). Melhor teria sido manter-nos inativos. Este estado ao menos gerava a angústia do não-fazer que em si não é nada, mas em potência ainda pode se tornar algo.
    Enfim, espero estar errado e radicalista em excesso.
    bjs

     

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